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Apesar das notícias semanais você ainda tem dúvidas quando o assunto é Estado Islâmico? Se livre das dúvidas e não perca questões em Atualidades

Por Matheus De Marchi 18 dez 2017 - 15 min de leitura

O Estado Islâmico tem sido protagonista nos meios de comunicação já faz um bom tempo e todos nós sabemos disso. Abra um jornal/revista/Twitter ou sintonize sua TV/rádio/podcast, que entre os temas “Temer é um vampiro”, “fora Lula de novo”, “Lava Jato”, “Palmeiras não tem Mundial”, “Privatização”, “Trump conseguiu mais uma vez” ou “Coréia do Norte gosta de atenção”, nós veremos notícias relacionadas ao grupo, seja por ações diretas através de atentados ou declarações quase sempre sobre eles.

O fato é que apesar disso, pelo menos no meu caso, sempre fica alguma dúvida a respeito deles. Sabemos que é um grupo de religião muçulmana que gosta de explosões. É…

Mas é SÓ isso?

Hum…

 Vamos revisar juntos a respeito das suas origens, pretensões e até especular sobre seu futuro. E vamos ter certeza que na sua próxima prova de atualidades, redação de vestibular ou conversa para impressionar os pais do bombom, falar sobre o Estado Islâmico seja mais fácil do que validar gol impedido do Corinthians.

Para início de conversa, é tudo a mesma coisa?

Fonte: < https://www.linkedin.com

Não!

E por mais que pareça não ser importante – “afinal são terroristas”, podem pensar -, quando falamos em Estado Islâmico, apesar do nome, não estamos nos referindo a uma organização como um Estado, que abriga outras organizações dentro dela (não estamos falando de células). O Estado Islâmico (que também é chamado de Isis ou Daesh) é um grupo único que em comum com outros grupos terroristas (Al-Qaeda, Talibã, Al-Shabab…) tem apenas aspectos religiosos ou geográficos. Por vezes eles até brigam entre eles. E não, não existe a chance de eles se auto dizimarem apesar de a ideia ser agradável.

É importante termos isso em mente. Na sala de aula é comum que alguns alunos quando comentam alguma notícia sobre atentados façam essa associação incorreta. Quando por exemplo, o “G1” falar que o Hamas aprontou alguma, falarmos “o Estado Islâmico aprontou de novo” é errado.

É obvio para alguns essa diferença, para outros nem tanto.

Então de onde veio esse trem?

 O Estado Islâmico (que também é chamado de Isis ou Daesh) é um grupo único que em comum com outros grupos terroristas (Al-Qaeda, Talibã, Al-Shabab...) tem apenas aspectos religiosos ou geográficos.

Fonte: < https://twitter.com

 Você, leitor assíduo do blog de História/Atualidades que persiste em ver dias que a censora nos dará verdadeira liberdade de expressão, como dizem existir no país (…) vai se lembrar dos tópicos “a culpa é do…”.

Mas calma. Dessa vez a culpa não é do Japão.

Será?

Não.

Não mesmo?

Não. Não mesmo.

¬¬”

E por mais que os fanáticos queiram dizer que ela é dos Estados Unidos, não é. Porém ele teve participação nos eventos que originaram o EI.

Bom… Eles estavam na mesma história!

Não venham com pedradas ainda. Falei que estavam na mesma história. Diferentemente do que houve com o Taliban, o EI não recebe ajuda nenhuma dos estadunidenses. (Não diretamente). E sim, Taliban e Tio Sam já tiveram relações promíscuas, mas isso é outro assunto. Aqui vamos explicar sobre o EI:

Tinha um cara na Jordânia chamado Abu Musab al-Zarqawi. Diferente de outros líderes de grupos terroristas, Musab (deem esse desconto, escrever esses nomes é osso), não vinha de famílias influentes com capacidade para financiar os projetos de vida terroristas dos filhos. Ele “cresceu” entre prisões, servindo em guerras e atuando em outros grupos entre Afeganistão, Jordão e Iraque. Se fosse um filmes de heróis e os infiéis fossem os vilões, ele seria nosso “mocinho”. De origem humilde foi escalando até sua posição de destaque.

Nessa juventude agitada, conheceu as pessoas “certas” e fundou um grupo extremista que inicialmente atuava apenas no Afeganistão. Nessas idas e vindas ele conhece ninguém menos do que Osama Bin Laden. Eu sei que em determinado momento eles meio que se tornam BFF e o Musab transforma seu grupo, até então menos relevante internacionalmente no braço da Al Qaeda no Iraque. O que não é pouco.

Com o tempo sua importância dentro da organização cresce a ponto de os Estados Unidos igualarem sua recompensa ao valor da recompensa oferecida por Bin Laden.

Nas ajudas indiretas que os estadunidenses deram, a primeira delas é a Invasão do Iraque em 2003.

Para encurtar:

Estados Unidos eliminam Bin Laden (ou dizem que, hahaha), sabemos disso. Em 2006 eles também eliminam Musab. Sem o líder geral (Bin Laden) e sem o líder regional, o destino da Al Qaeda do Iraque começa a mudar. O sucessor do Musab, Abu Omar al-Baghdadi muda o nome do grupo para EII (Estado Islâmico do Iraque). Foi um período em que, apesar de ainda atuante, o grupo não apresentou a mesma organização e eficiência que tivera com os líderes anteriores, mesmo porque ainda era um braço da Al Qaeda, que não tinha mais um grande líder.

O tio Sam leva novamente a liberdade e a democracia à região e Omar também é morto. Assume então o cara que provavelmente você já ouviu falar, e responsável pelos ataques mais recentes: Abu Bakr al-Baghdadi. Eventualmente ele rompe com a Al Qaeda e o EI toma a forma mais atual, como um grupo independente.

Ao final deixarei um link com uma reportagem da BBC em que ela fala sobre essa participação dos EUA no crescimento desse grupo. (Caso você queira ler).

Mas caso você já esteja pensando em que serie assistir em seguida e não queira esperar mais ainda, além do que falamos acima, a reportagem aponta para outros dois aspectos:

Primeiro que, ao vencer os governos extremistas e devolver a democracia à região, os Estados Unidos não ofereceu o devido suporte após o conflito (acabou a guerra, vamos embora) com isso eles abriram um espaço valioso para que esses grupos (ou qualquer outro) tomassem o poder na ausência de um governo recém formado e sem força para se impor.

Segundo que, enquanto gastava-se milhões em espionagem e recursos humanos para impedir a organização/comunicação dos agentes desses grupos, algumas prisões estadunidenses acabavam servindo como verdadeiros centros de radicalização e doutrinação desses grupos. Afinal, brilhante ideia prender milhares de fanáticos juntos onde eles inevitavelmente podem conversar, planejar, maquinar (…).

O Estado Islâmico está feito! E agora?

 Como falei, o Bakr rompe com a Al Qaeda e firma o EI como é hoje. Feito isso, o que eles (ELE) querem afinal? Só explodir coisas com pessoas dentro ou próximas? Por que?

 Bakr se autoproclamou líder herdeiro de Maomé. Seu califado entre todas as cidades e territórios chegou a um “império” de mais de 11 milhões de pessoas sob seu domínio. Número bem expressivo. Mas o que ELE quer?

Em resumo, defender seu califado, unir os muçulmanos da terra contra os infiéis e fazer com que apenas sua interpretação das leis islâmicas sejam seguidas (aquela mais radical).

Sua forma de agir é o que chama mais atenção. O EI é considerado radical até mesmo por outros grupos. Ainda que se declararem sunitas, note que o EI “pune” tanto infiéis quando muçulmanos, não importa sua orientação, sunita ou xiita. Isso faz com que a percepção dos outros grupos sobre eles seja a de que apesar de se apropriarem da imagem religiosa, a leis que seguem são fruto de sua próprio interpretação, ignorando até mesmo a de outros grupos radicais.

Sobre os atentados podemos dizer o seguinte: eles não tem intenção de converter ninguém.

Não?

Não!

 Bata com uma pedra na cabeça, ou mate com uma faca, ou atropele com seu carro, ou empurre de um lugar alto, ou asfixie, ou envenene.”.

Essa aí foi a convocação do EI para seus seguidores em todo o mundo. A ideia é mate quantos infiéis puder enquanto puder.

Sobre os alvos (países), podemos especular uma pancada de motivos: Iraque e Síria são os principais territórios do EI. Vimos que sua área de atuação já diminuiu bastante e suas principais cidades foram perdidas (Esse ano perderam Mossul, segunda maior cidade do Iraque e Raqqa). O primeiro motivo apontado é justamente esse.

Nações estrangeiras (europeias e os Estados Unidos) estão intervindo nos conflitos de forma a ajudar os não fieis. Os atentados são uma forma de vingança pelas perdas.

Um pouco mais profundamente, vemos que não é SÓ isso. O maior exemplo é a França. Nos conflitos da Síria por exemplo, não houve nação europeia que foi tão contra o regime do que a França, motivo pelo qual o EI deveria ao menos pegar mais leve com eles. Não é o que acontece.

Os ataques não são escolhidos apenas por vingança. O EI busca duas coisas: literalmente atacar os valores dos países ocidentais, afinal, estamos falando da França, berço da democracia moderna e dos ideais iluministas, e minar a convivência dos próprios muçulmanos que vivem fora de seu regime (cerca de 10% da população francesa é de religião muçulmana).

E o pior é que isso funciona. Milhões de muçulmanos já vivem dentro de outros países. Vimos que a influência das ideias do EI atingem muitos deles. Quando você descobre que o atentado ocorrido na sua cidade foi feito por um muçulmano que vivia ali há anos, naturalmente você começa a desconfiar de todos os outros. É errado, sabemos, mas é o que acontece. E isso infelizmente se espalha. Outro dia um refugiado sírio foi hostilizado no Rio de Janeiro. Além da própria ignorância do homem, é difícil explicar isso ocorrendo em Copacabana, além das notícias que se espalham e formam uma opinião negativa sobre todos os muçulmanos. Enfim…

 Para o EI, os muçulmanos que não vivem sob seu regime, não merecem viver, e eles contam que os próprios governos e população dos outros países os ataquem, provocando assim a Guerra Santa que tanto buscam.

E nesse sentido não importa o quanto o país invista em segurança. Apesar de a Europa abrigar os maiores atentados esse ano, vimos que há cinco semanas atrás os Estados Unidos também sofrerem com um, de um cidadão estadunidense (legalmente falando), funcionário do Uber, de religião islâmica. Dessa desconfiança para a exclusão e intolerância são poucos passos. É errado, mas é assim.

Eles ainda tem força para essa “guerra”?

Recentemente o EI perdeu o controle de Raqqa (ou o que havia restado da cidade para controlar). Embora Raqqa não seja uma cidade grande como Mossul, por mais de quatro ano ela foi considerada a capital do grupo.

A Rússia já afirmou que matou o líder Bakr em maio deste ano. Apesar de não mostrar o corpo, ONGs que atuam na região confirmaram e o EI negava.

Em setembro uma mensagem gravada pelo líder foi divulgada pelo grupo. O que abriu margem para desconfiança mas não provou muita coisa para nenhum lado. Os russos ainda afirmam que ele está morto. Quem diz o contrário afirma que em sua mensagem ele citou eventos atuais, posteriores à data de sua morte.  Como o líder quase nunca dá a cara a tapa (sua última mensagem era de novembro do ano passado), fica a dúvida.

Perder territórios e o líder de fato seria um golpe em tanto contra o Estado Islâmico. O que levaria ao entendimento natural de que, sem grandes territórios, sem grandes aliados, e sem líderes, até os simpatizantes que vivem em outros países e são responsáveis pelos atentados desistiriam da ideia de servir o grupo. As pessoas pensam mais de uma vez se vale a pena morrer por uma causa que já está perdida.

A ex-amiga Al Qaeda é um exemplo. Após a aplicação da justiça estadunidense e a eliminação de seu líder, eles não mais se envolveram em grandes atentados. Fora o fato de que as verdinhas também diminuíram. E não falamos isso porque ao invés de bombas agora eles usam até facas, mas sim porque boa parte de suas verbas provém de “impostos” cobrados em suas áreas de controle ou da venda irregular de petróleo extraído dessas mesmas áreas. Logo, menos áreas, menos dinheiro.

O apelo religioso também já não é algo que convence tanto. Durante as tomada das principais cidades controladas pelo Estado Islâmico, grande parte do trabalho foi feito por movimentos de resistência nas próprias cidades, tratam-se de muçulmanos que entenderam que o que o EI prega não condiz com os ensinamentos da religião. Quando o principal apelo do grupo não é compartilhado, o número de adeptos cai. O número de voluntários já diminuiu, e sem seus territórios, os grupos que são “doutrinados” também têm seu número reduzido.

“Nem só de guerra vive o homem…”

 

Fonte: < http://flashpeople.blogspot.com.br

Na mesma semana, um baita de um golpe acertou a cabeça dos nossos pouco amigáveis fanáticos. Iraque e Síria (através da Rússia) anunciaram que o seus territórios estavam finalmente livres do Estado Islâmico.

Mas estão mesmo?

Estão! Que mania de ficar fazendo perguntas para depois reafirmar tudo que já foi dito! Estão!

 Em ambos os casos as autoridades admitem que existem apenas pequenos e escondidos covis do mal, armazenando armas e ainda servindo de local de treinamento para os novos recrutas. São lugares estilo aquelas cavernas que aparecem nos jornais(…) ou que o Tony Stark ficou preso no primeiro filme do Homem de Ferro(…) A imagem que lhes servir melhor!

Poxa, mas isso ainda é perigoso…

É claro que é! Mas se considerarmos que há 2 anos por exemplo, a Síria tinha mais de 70% de seu território controlado por eles, é seguro dizer que só com esconderijos em áreas desérticas e isoladas eles não tem mais força “física”.

Mas eles ainda tem força. E pior… Força virtual.

Isso mesmo, sabe quando a mamãe fala pra gente tomar cuidado com o que vê na internet? Que tem muita coisa boa e muita coisa ruim… Pois é. Vamos entender que o EI contribui com o conteúdo que preenche o lado ruim.

Da mesma forma que disfarçadamente eu comecei a influenciá-los através do blog para um dia inconscientemente vocês me tornarem o presidente do mundo, não tão disfarçadamente o EI tem uma grande estrutura de divulgação e controle através da nossa queria web.

Eles tem propaganda, redes sociais, programas de rádio, revistas online e até apostilas para doutrinar seus seguidores. Se fisicamente eles perderam espaço, virtualmente eles ainda podem chegar a qualquer lugar. E infelizmente a gente sabe que muitas pessoas compram ideias da internet, até essas!

Para finalmente responder se o EI tem força para essa guerra: não! Para guerra não. Já podemos considerar que o tempo de guerra do grupo acabou, seus últimos redutos não tem força para isso e acredita-se que a guerrilha seja sua última forma de luta contra as forças armadas inimigas (estamos falando de conflitos diretos). Mas o que sempre chocou o mundo não foi a guerra entre eles e as forças armadas dos outros países, foram os atentados, aqueles que quem não tem nada a ver com o pato acaba pagando ele. E isso, infelizmente não vai acabar tão cedo.

Toda a informação que eles dispõem para quem quiser encontrar, prega o que já falamos acima: mate quantos puder, como puder e enquanto que puder. E o exemplo disso são os últimos atentados. Não foram planos dificilmente elaborados por gênios do mal. Têm sido ataques quase estabanados. Carros contra pessoas, loucos correndo e dando facadas. É o tipo de violência que para ser incentivada não precisa de uma grande estrutura de células infiltradas, bombas escondidas e contatos terroristas, basta um Twitter com ideias erradas e as pessoas “certas” para lê-lo.

No final não concluímos nada?

 

Fonte: < http://theslenderman.wikia.com

 Poxa… Assim a gente fica chateado.

De tudo o que vimos, podemos concluir que o EI já viu seu bom tempo. Seu ápice de força territorial já passou. Seu número de adeptos diminuiu. Seu dinheiro e influência também (…).  Apesar de tudo isso, se como organização sua força vem definhando, como disseminador de medo, não.

Ataques organizados, simultâneos em vários pontos como os de Paris, muito, mas muito dificilmente ocorrerão novamente, mesmo porque a segurança interna dos países anda mais antenada do que nunca. Mas ataques como o Londres ou Nova Iorque são difíceis de prever, justamente por sua natureza. Qualquer um, acima de qualquer suspeita pode jogar seu carro contra pessoas ou pegar uma faca na cozinha e começar o terror. De pessoas com péssimas ideias e atitudes ruins o mundo está cheio.

Não dizem que o animal acuado é mais perigoso?

A partir de agora só podemos esperar para ver os próximos acontecimentos. E vamos torcer para que os órgãos responsáveis não queiram só esperar para ver também.

E para você: os dias do Estado Islâmico estão contados?

No anonimato eles são mais perigosos que antes?

Deixe sua opinião, sua crítica ou seu desabafo.

Bons estudos e boa sorte em suas provas!

Referências

https://www.jn.pt/mundo/reportagens/interior/raqqa-a-semente-da-esperanca-no-bastiao-do-estado-islamico-8927279.html
http://www.bbc.com/portuguese/internacional-40114350
https://oglobo.globo.com/mundo/exercito-conquista-ultima-cidade-nas-maos-do-estado-islamico-na-siria-22086423
https://brasil.elpais.com/brasil/2015/11/16/internacional/1447667622_460439.html
http://www.bbc.com/portuguese/internacional-36799204
https://www.jn.pt/mundo/interior/putin-anuncia-derrota-completa-do-grupo-estado-islamico-na-siria-8968400.html
https://www.dn.pt/mundo/interior/iraque-esta-livre-do-isis-mas-este-ainda-tem-o-califado-virtual-8974311.html

 

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