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Nazismo? Fascismo? Nazifascismo? Esses termos parecidos são confusos? Vamos analisa-los e ver que o totalitarismo não é sempre a mesma coisa

O totalitarismo é um assunto que a primeira vista parece fácil. Tem algumas características básicas e se as soubermos, nós nunca erraremos uma questão.
Por Matheus De Marchi 04 maio 2018 - 10 min de leitura

O totalitarismo é um assunto que a primeira vista parece fácil. Tem algumas características básicas e se as soubermos, nós nunca erraremos uma questão. Isso é quase verdade. Mas alguns termos relacionados a esses regimes podem e normalmente causam confusão.

O mundo nos mostrou alguns exemplo de regimes norteados pelo pensamento do totalitarismo. Apesar disso, nós podemos classifica-los como iguais? E o termo ditadura? Entra nesse mesmo bolo? Siga conosco e em alguns minutos de leitura mate todas as suas dúvidas sobre o assunto.

O Totalitarismo

 O totalitarismo é um assunto que a primeira vista parece fácil. Tem algumas características básicas e se as soubermos, nós nunca erraremos uma questão.

fonte: <http://prof-tathy.blogspot.com.br/2016/05/totalitarismo-ou-autoritarismo.html>

Vamos começar definindo o que é o Totalitarismo. A partir das suas características, vamos ver separadamente alguns regimes que colocaram suas ideias em prática com mais ou menos eficiência.

Ele é classificado como um sistema de governo (ou sistema político). Ao contrário do que parece e apesar de ser uma característica presente nos regimes mais famosos, um regime totalitário por regra não é controlado apenas por uma pessoa. No seu topo podem estar todo um partido, grupo ou até classe social.

Como normalmente nos lembramos de Stalin, Mussolini, Hitler… Fica a impressão que a regra do totalitarismo remete a UMA pessoa no poder. Esses regimes tiverem uma pessoa no poder, mas foi uma característica DELES e não do Totalitarismo em si.

As principais características gerais são:

– Autoridade ilimitada (não vemos por exemplo o poder judiciário questionando o executivo)

– Autoritarismo (exclui o cidadão de uma significativa participação das decisões do regime)

– Controle dos meio de comunicação e forte censura

– Uso abundante de propaganda pró-regime

– Controle da economia pelo Estado

– Culto à personalidade líder ou partido/grupo que está no poder

Essas são características comuns. Ainda que cada regime vá mostrar características particulares em cada caso, algumas não mudam.

Dentro dos exemplo que veremos teremos uma divisão que precisamos entender antes. Totalitarismo de esquerda e direita.

Totalitarismo de esquerda X Totalitarismo de direita

O totalitarismo não tem em si uma preferência política. Vai ser usado de acordo com a liderança política em questão e essa liderança pode ser de esquerda ou direita.

O totalitarismo de esquerda comumente assumiu algumas características:

– influencia ideológica do socialismo

– meios de produção coletivizados

– fim da propriedade privada

– exclusão de aspectos religiosos na esfera política

Enquanto o de direta apresentava:

– esfera política conta com apoio religioso (pelo menos não o exclui)

– apoio da burguesia industrial

– fortalecimento de valores tradicionais, como cultura e etnia.

– controle estatal sobre as associações (como as sindicais, por exemplo)

A lista segue, mas como em um perfeito regime totalitário, minha censora sugeriu textos mais rápidos.

O Stalinismo

Fonte: <https://www.resumoescolar.com.br/historia/a-burocracia-no-stalinismo/>

Pode parecer chocante, mas o nome “stalinismo” deriva do nome do líder da URSS no período, Josef Stálin. Pois é, quem diria que o um regime totalitário receberia o nome de seu líder?

O regime sob a tutela de Stalin durou de 1927 a 1953. A Rússia já vivenciara a Revolução de 1917 e vivia sob um regime socialista.

Apesar de ter existido um “leninismo”, existe discussão a respeito do uso totalitário em seu regime. Há quem defenda que foi Lênin quem montou toda a base burocrática que possibilitou o Stalinismo (logo, era extremamente totalitário). Há quem diga que tamanho foi o autoritarismo de Stálin que o período leninista perdeu o peso totalitário que normalmente lembramos quando nós o estudamos. Uma pesquisa rápida e cada um pode tirar suas conclusões.

O Stalinismo é um exemplo de totalitarismo com liderança de esquerda. Nenhuma de suas características foge ao padrão “eu mando em tudo”. Focou no desenvolvimento econômico e industrial do país, e, apesar de ter o socialismo como bandeira, encontrou resistência na coletivização das terras por alguns camponeses e agricultores.

Stalin representava um partido único no país, o Partido Comunista. A URSS teve uma grande expansão territorial durante o período e o policiamento ostensivo foi uma de suas maiores marcas. Todo o aparato e técnicas de espionagem e ânsia de controle por parte do Estado em relação a vida da população possibilitou que anos depois a famosa KGB se tornasse por um grande período de tempo uma organização sem igual no restante do mundo.

Apesar das características similares, o Stalinismo também é lembrado por ser antifascista. Ele teve fim com a morte do líder soviético em 1953, quando Nikita Khrushchev assume a liderança da URSS e passa a denunciar os crimes cometidos durante o regime stalinista.

O Fascismo

 

fonte: <https://www.significados.com.br/fascismo/>

Antes de falarmos de um movimento fascista em particular, vamos falar sobre o conceito.

Por que isso? Porque apesar de termos exemplos de governos fascistas, não é incomum usarmos o termo “fascista” em mais de um regime. O exemplo mais famoso é o nazismo alemão. Em quantos livros vemos que ele foi um regime fascista?

Isso se tornou comum por causa de suas características (e um pouco por preguiça das pessoas). Como o Fascismo Italiano foi o primeiro nesse sentido, tornou-se corriqueiro chamar outros regimes totalitários semelhantes de regimes fascistas. Lembre-se sempre que isso ocorreu porque as CARACTERISTICAS são as mesmas/semelhantes.

O Fascismo Italiano

Referência: <http://prof-tathy.blogspot.com.br/2016/05/fascismo-italiano-resumo.html>

Vamos dar um contexto aqui:

Pós Primeira Guerra, a Itália se encontrava em condição econômica/social/política ruim. Em meio às crises geradas por essas dificuldades alguns grupos/partidos lutavam pelo poder e ganhavam força em meio à população. O problema é que esses grupos estavam mais alinhados à tendências de esquerda (comunistas, socialistas, anarquistas…).

Benito Mussolini, futuro líder do Regime Fascista italiano, fazia parte do grupo que posteriormente se tornaria o PNF (Partido Nacional Fascista). O curioso é que inicialmente esse era o grupo com menor número de adeptos e menor influência.

A balança virou quando os donos dos maiores meios de produção da Itália viram nos grupos de esquerda um perigo real. A partir daí passaram a apoiar Mussolini e uma série de eventos levou o PNF a chegar ao poder e extinguir os outros partidos na Itália.

Então vamos falar das mesmas características e suas particularidades. O regime liderado por Mussolini controlava a economia e os meios de comunicação. O legislativo não tinha peso frente às decisões “de cima”, houve punição e perseguição a opositores (pena de morte foi legalizada).

O militarismo e a expansão territorial também foram marcantes em seu governo, afinal estamos falando de um período anterior e explicativo ao início da Segunda Guerra Mundial.

O Nazismo

 

Referência: <http://opiniaoenoticia.com.br/brasil/plano-nazista-previa-invasao-da-amazonia/>

O Nazismo foi a manifestação do Fascismo na Alemanha. E por que o nome Nazismo? Por que no caso alemão era o Partido Nazista que estava no poder (enquanto na Itália a origem deriva de Fasci ou “feixe”, um símbolo de União).

O cenário alemão pós Primeira Guerra não era muito diferente do italiano. A coisa estava feia.

Essa é uma dica que vale a pena lembrar para qualquer período em que estudarmos uma revolução ou grande alteração. Grandes mudanças não acontecem quando está tudo indo muito bem. Então sempre que falarmos em grandes revoltas, guerras, revoluções, términos de relacionamentos (…). Nos lembremos, algo estava muito ruim (pelo menos para alguém).

Em uma recente republica alemã, é interessante sabermos que os nazistas não tomaram o poder (apesar de terem tentado), mas sim que chegaram a ele pelos meios legais alemães. Eleições!

Após idas e vindas, os ideais nacionalistas nazistas ganharam a simpatia da população alemã que desejava uma revanche desde o desfecho da Primeira Guerra. Em 1932 o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães tinha cerca de 40% dos votos, o que é bastante considerando que não existiam apenas dois partidos.

Devido ao poder político que eles conseguiram no Congresso, o presidente Hindenburg convidou ninguém menos que o líder nazista Adolf Hitler para o cargo de chanceler (uma espécie de Primeiro-Ministro).

Apesar de Hitler ser o bambambã quando o assunto é Nazismo, vamos dedicar um parágrafo a Hindenburg. Paul Von Hindenburg e Hitler eram desafetos assumidos. O Paulão, apesar da idade tinha seus valores. Em 1932 ele foi convencido a se candidatar a presidente justamente por ser visto como único dentro da Alemanha com capacidade para vencer Hitler. Dito e feito! Ele também tinha aspectos autoritários em seu governo, mas nada comparado ao Adolfinho. Por mais de uma vez impediu que Hitler ascendesse ao cargo de chanceler, quando por fim, seu desgaste físico (pela idade) e a maioria nazista do Congresso o fez ceder à pressão. Talvez isso até não fosse um grande problema, se um ano depois de aceitar Hitler como chanceler, ele não falecesse. O único cara que fazia frente política a Hitler havia morrido e fez o favor de antes disso colocá-lo no topo da política alemã.

Muito obrigado Hindenburg!

O Nazismo hitlerista segue então com características típicas do totalitarismo: forte militarização alemã, culto a imagem do líder (como Mussolini e Stalin), expansionismo geográfico e poderosa máquina publicitária em favor do regime (pode agradecer, Hollywood). Apesar de a perseguição ter sido uma característica no totalitarismo, a Alemanha a levou a outro nível através do antissemitismo (perseguição aos judeus) e quaisquer raças consideradas inferiores à ariana (ciganos, negros…)

O Regime termina com o fim da Segunda Guerra Mundial, a morte de Hitler e a derroa alemã.

O Brasil? Sério?

Referência: <http://pensadordelamancha.blogspot.com.br/2017/02/totalitarismo-e-autoritarismo-os-riscos.html>

 Um papo que também dá pano para manga. O Brasil teve um governo totalitário?

Teve. E não teve.

Normalmente o Estado Novo é apontado como o regime representante no Brasil do totalitarismo. O Getulião simpatizava demais com os ideais nazifascistas, era centralizador e sem aliviar, também cometeu suas atrocidades. Porém também é comum apontar que seu regime não seguia necessariamente todas as características totalitárias. Até por isso a origem do nome desse período: Estado Novo. Era uma forma nova, não alinhada a nenhuma outra forma de fascismo da época, embora fosse ditatorial.

Por exemplo?

Ao contrário do que vimos, o Estado Novo não tinha um partido oficial (nazista, comunista, fascista…). Seu posicionamento ideológico não era concreto (acabamos de falar que era único) e, embora a imagem de Getúlio seja lembrada como patriarca do trabalhador, seu governo não conquistou totalmente as massas populares (lembre-se que o Golpe de 1937 aconteceu porque ele perderia as eleições).

Então acabou? Totalitarismo é coisa do passado?

Diga isso a quem vive na China, Coréia do Norte, alguns países da África e Oriente Médio.

Normalmente, como os principais exemplos são o Nazismo e o Fascismo, não é incomum pensarmos que os Regimes Totalitários morreram com a Segunda Guerra Mundial, ainda mais quando falamos de uma potência como a China, mas eles ainda estão aí. Tem todas as características que falamos até aqui, e só um exemplo de como isso é praticado, vimos que até 2014, a China extraia órgãos de seus prisioneiros executados sem autorização. Vou deixar o link com a notícia ao final. Mas coloca totalitarismo nisso!

O que vale aqui principalmente, é lembrarmos das principais características desses regimes. Onde ocorreram e quem os liderou. Falamos apenas dos mais pops, mas as características gerais são comuns a todos.

E vocês? Conseguem encaixar algumas dessas características em algum governo atual? Compartilhem conosco!!!

Ótima leitura e bons estudos!

Referências

http://educacao.globo.com/historia/assunto/mundo-em-tempos-de-guerra/experiencias-nazifascistas.html
https://historiadigital.org/curiosidades/10-ideologias-do-nazi-fascismo/
http://www.politize.com.br/fascismo-entenda-o-conceito/
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/12/china-promete-acabar-com-retiradhttp://www.politize.com.br/fascismo-entenda-o-conceito/a-dos-orgaos-de-presos-executados.html
<http://prof-tathy.blogspot.com.br/2016/05/totalitarismo-ou-autoritarismo.html>

 

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Comentários
  • Valesca Braga da Silva 27 ago 2020

    Eu achei esse texto muito bom porém gostei muito

  • Maxi Educa 27 ago 2020

    Olá Valesca, tudo bem? Que bom que gostou do nosso blog! Aproveite e navegue por nosso site (www.maxieduca.com.br), garanto que você também vai gostar. Um grande abraço e muito obrigado por seu comentário! Aproveite para nos acompanhar nas redes sociais: Facebook: https://goo.gl/fgnB61 Instagram: https://goo.gl/xe1LmU YouTube: https://goo.gl/REyOiW

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