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Conhece o elemento fundamental que efetiva sua realização profissional? Currículo. Não fique de fora!!

Por Márcio André Emídio 03 ago 2017 - 5 min de leitura

Currículo x Educação

Educação não é apenas um direito, mas é o grande elemento fundamental que efetiva a realização profissional do ser humano. Contudo, esse direito e efetivação dessa realização profissional não é algo simples, infelizmente muitos são excluídos daquilo que assegura o art. 205, da Constituição Federal Brasileira de 1988:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Começaremos pelo conceito de Currículo… você sabe o que é Currículo?

 
Tomando os educandos como sujeitos de direito, o currículo é responsável pela organização de conhecimentos, culturas, valores, artesfonte: https://pixabay.com/pt/curr%C3%ADculo-cv-vitae-trabalho-2445060/

À palavra currículo associam-se distintas concepções, que derivam dos diversos modos de como a educação é concebida historicamente, bem como das influências teóricas que a afetam e se fazem hegemônicas em um dado momento.

Diferentes fatores socioeconômicos, políticos e culturais contribuem, assim, para que o currículo venha a ser entendido como:

– os conteúdos a serem ensinados e aprendidos;

– as experiências de aprendizagem escolares a serem vividas pelos alunos;

– os planos pedagógicos elaborados por professores, escolas e sistemas educacionais;

– os objetivos a serem alcançados por meio do processo de ensino;

– os processos de avaliação que terminam por influir nos conteúdos e nos procedimentos selecionados nos diferentes graus da escolarização.

Podemos afirmar que as discussões sobre o currículo incorporam, com maior ou menor ênfase, discussões sobre os conhecimentos escolares, sobre os procedimentos e as relações sociais que conformam o cenário em que os conhecimentos se ensinam e se aprendem, sobre as transformações que desejamos efetuar nos alunos e alunas, sobre os valores que desejamos inculcar e sobre as identidades que pretendemos construir.

Por que Currículo e Direito à Educação?… Qual a relação entre eles?

fonte: https://pixabay.com/pt/estudo-escola-aprender-educa%C3%A7%C3%A3o-1968077/

Sabemos o quanto a questão curricular afeta a organização do trabalho na escola, constituindo-se mesmo num elemento estruturante do seu trabalho.

Aspectos fundamentais do cotidiano das escolas são condicionados pelo currículo: é ele que estabelece, por exemplo, os conteúdos, seu ordenamento e sequenciação, suas hierarquias e cargas horárias. São também as decisões curriculares que fazem importante mediação dos tempos e dos espaços na organização escolar, das relações entre educadores e educandos, da diversificação que se estabelece entre os professores. A organização escolar, portanto, é inseparável da organização curricular.

Miguel G. Arroyo[1] é um dos autores que têm se preocupado com o currículo e os sujeitos envolvidos na ação educativa: educandos e educadores. Arroyo tem ressaltado nesses estudos diversos aspectos, como:

– a importância do trabalho coletivo na educação para a construção de parâmetros de ação pedagógica;

– o fato de serem os educandos sujeitos de direito ao conhecimento;

– a necessidade de se mapearem imagens e concepções dos educandos para subsidiar o debate sobre os currículos.

Podemos encontrar iniciativas corajosas de coletivos que repensam o currículo em função da questão da desigualdade. Assim, há estudos e propostas de revisão da lógica que estrutura os conhecimentos dos tempos de aprendizagem. Novos estudos sobre a mente humana são buscados, como o de Gerome Bruner[2], para repensar os currículos que organizam conhecimentos.

O direito à educação e o currículo como instrumento para viabilizar esse direito nos obrigam a desconstruir crenças cristalizadas e a repensá-las à luz de critérios éticos.

fonte: https://pixabay.com/pt/arte-art%C3%ADstica-blue-brown-neg%C3%B3cios-1238602/

Tomando os educandos como sujeitos de direito, os currículos são responsáveis pela organização de conhecimentos, culturas, valores, artes a que todo ser humano tem direito. Isso significa inverter as prioridades ditadas pelo mercado e definir as prioridades a partir do respeito ao direito dos educandos.

Somente partindo do conhecimento dos educandos como sujeitos de direitos, estaremos em condições de questionar o trato seletivo e segmentado em que ainda se estruturam os conteúdos.

Isso exige repensar a reorganização da estrutura escolar e do ordenamento curricular legitimados em valores de mérito e sucesso, em lógicas excludentes e seletivas, em hierarquias de conhecimentos e de tempos, em cargas-horárias.

A superação das hierarquias, das segmentações e dos silenciamentos entre os conhecimentos e as culturas pode ser um dos maiores desafios atuais para a organização dos currículos. Eles têm sido repensados, mas, sobretudo, em função do progresso cientifico e tecnológico. Assim, os currículos se complexificam cada vez mais, o que não significa que os mesmos questionem os processos humanos regressivos que acontecem na sociedade e que cada vez mais parecem precarizar a vida dos educandos.

As exigências curriculares e as condições de garantia do direito à educação e ao conhecimento se distanciam pela precarização da vida dos setores populares.

Por um lado, o direito à educação e, por outro, a vivência da negação dos direitos humanos mais básicos questionam o ordenamento curricular, a lógica sequenciada, linear, rígida, previsível, para sujeitos disponíveis, liberados, em tempo integral, sem rupturas, sem infrequências, somente ocupados no estudo, sem fome, protegidos, com a sobrevivência garantida.

A escola vem fazendo esforços para repensar-se em função da vida real dos sujeitos que têm direito à educação, ao conhecimento e à cultura. A nova LDB n° 9394/96 recoloca a educação na perspectiva da formação e do desenvolvimento humano; o direito à educação, entendido como direito à formação e ao desenvolvimento humano pleno.

Essa lei se afasta, no seu discurso, da visão dos educandos como mão-de-obra a ser preparada para o mercado e reconhece que toda criança, adolescente, jovem ou adulto tem direito à formação plena como ser humano. Reafirma que essa é uma tarefa da gestão da escola, da docência e do currículo.

Que tal? Ficou mais fácil compreender a relação entre currículo e educação? Aproveite e deixe sugestões sobre o assunto, seu feedback é importantíssimo para nós.

[1] ARROYO, Miguel Gonzalez. Secretaria de Educação Básica (Org.). Os educandos, seus Direitos e o Currículo: Documento em versão preliminar. 2006.
[2] BRUNER, J. A cultura da educação. Porto Alegre: Artmed, 2001.
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Comentários
  • Marinês 10 maio 2019

    Resumindo o currículo são as atividades programadas pela escola, o currículo é tudo que a escola faz?

  • Maxi Educa 13 maio 2019

    Olá Marinês, Bom Dia!! Isso, o currículo são todas as atividades e conteúdos que devem ser aplicados ao ensino juntamente com o Plano de Ensino Anual do docente. Onde aquilo que está no currículo precisa ser executado, mas nada é contra o anexo de conteúdos e incrementos de material que possam enriquecer a aula e conhecimento dos alunos. Obrigado por deixar seu comentário em nosso post. Acompanhe-nos nas redes sociais. Facebook: https://goo.gl/fgnB61 Instagram: https://goo.gl/xe1LmU YouTube: https://goo.gl/REyOiW

  • Cristiane 07 ago 2019

    Quais os principais autores falam de currículo? Muito esclarecedor esse texto . Parabéns!

  • Maxi Educa 09 ago 2019

    Olá Cristiane, Alguns dos principais autores que falam sobre o currículo são Dermeval Saviani, José Gimeno Sacristan e Antônio Flávio Barbosa Moreira. Obrigado pela leitura e elogios. Aproveite para nos acompanhar nas redes sociais: Facebook: https://goo.gl/fgnB61 Instagram: https://goo.gl/xe1LmU YouTube: https://goo.gl/REyOiW

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