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Entenda de uma vez por todas as Escolas Literárias da Literatura Brasileira

Por Ayeda Sanches 30 out 2018 - 13 min de leitura

As primeiras manifestações da literatura brasileira foram marcadas pelo modelo literário de Portugal, já que nossos primeiros escritores ou eram portugueses de nascimento ou brasileiros com formação universitária em Portugal.

 As primeiras manifestações da literatura brasileira foram marcadas pelo modelo literário de Portugal, já que nossos primeiros escritores ou eram portugueses de nascimento ou brasileiros com formação universitária em Portugal.

A Literatura Brasileira pode ser dividida em dois períodos:

 A colonial e a nacional. A colonial buscava copiar os estilos e tendências de Portugal. Já a nacional é formada por escritores que criaram estilos e características próprias, geralmente refletindo acontecimentos da época.

Quinhentismo – É o período literário brasileiro dos anos 1500 e tudo o que tínhamos sobre o Brasil eram os textos informativos que os navegantes europeus escreviam para descreverem a terra descoberta (Literatura de Informação).

Fase da literatura brasileira do século XVI, tem este nome pelo fato das manifestações literárias se iniciarem no ano de 1.500, época da colonização portuguesa no Brasil. A literatura brasileira, na verdade, ainda não tinha sua identidade, a qual foi sendo formada sob a influência da literatura portuguesa e europeia em geral. Logo, não havia produção literária ligada diretamente ao povo brasileiro, mas sim obras no Brasil que davam significação aos europeus. No entanto, com o passar dos anos, as literaturas informativa e dos jesuítas, foi dando lugar a denotações da visão dos artistas brasileiros.

Enquanto o homem europeu se dividia entre a conquista material e a espiritual (Contrarreforma), o cidadão brasileiro encontrava no Quinhentismo semelhante dicotomia: a literatura informativa, que se voltava para assuntos de natureza material (ouro, prata, ferro, madeira) feita através de cartas dos viajantes ou dos cronistas e a literatura dos jesuítas, que tentavam inserir a catequese.

Barroco – foi introduzido no Brasil por intermédio dos jesuítas. Inicialmente, no final do século XVI, tratava-se de um movimento apenas destinado à catequização. A partir do século XVII, o Barroco passa a se expandir para os centros de produção açucareira, especialmente na Bahia, por meio das igrejas. Assim, a função da igreja era ensinar o caminho da religiosidade e da moral a uma população que vivia desregradamente.

Nos séculos XVII e XVIII não havia ainda condições para a formação de uma consciência literária brasileira. A vida social no país era organizada em função de pequenos núcleos econômicos, não existindo efetivamente um público leitor para as obras literárias, o que só viria a ocorrer no século XIX. Por esse motivo, fala-se apenas em autores brasileiros com características barrocas, influenciados por fontes estrangeiras (portuguesa e espanhola), mas que não chegaram a constituir um movimento propriamente dito.  Nesse contexto, merecem destaque a poesia de Gregório de Matos Guerra e a prosa do padre Antônio Vieira representada pelos seus sermões.

Didaticamente, o Barroco brasileiro tem seu marco inicial em 1601, com a publicação do poema épico Prosopopeia, de Bento Teixeira.

Os Principais autores são: Bento Teixeira, Gregório de Matos Guerra e Padre Antônio Vieira.

Arcadismo – é o movimento que compreende a produção literária brasileira na segunda metade do século XVIII. Denota-se, logo de início, as referências à mitologia grega que perpassa o movimento.

O movimento tem características reformistas, pois seu intuito era o de dar novos ares às artes e ao ensino, aos hábitos e atitudes da época. A aristocracia em declínio viu sua riqueza esvair-se e dar lugar a uma nova organização econômica liderada pelo pensamento burguês.

Seus principais autores são Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama e Santa Rita Durão. No Brasil, o ano convencionado para o início do Arcadismo é 1768, quando houve a publicação de Obras, do poeta Claudio Manoel da Costa.

Os Principais autores são: Claudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama e Santa Rita Durão.

Romantismo – No Brasil, o Romantismo inicia-se com a publicação do livro de poesias de Gonçalves de Magalhães, “Suspiros poéticos e saudades” e no mesmo ano é lançada em Paris a revista “Niterói” por iniciativa de Araújo Porto Alegre, Torres Homem, Pereira da Silva e Gonçalves de Magalhães. Tornando uma porta-voz dos ideais românticos. Também, junto à política o Romantismo se expressou envolvido pelo entusiasmo da independência proclamada em 1822, surgindo daí o desejo de criar uma literatura com autenticidade nacional, apesar dessa atitude ser bastante criticada por alguns autores puristas que prezavam pela linguagem poética praticada em Portugal.

Com a invasão de Napoleão em Portugal, a Coroa portuguesa é obrigada a transferir-se para o Brasil em 1808. Esse fato ocasiona uma série de mudanças.

A vida brasileira foi alterada profundamente com esses acontecimentos que favoreceram o processo de independência política da nação ocorrida em 1822. Esse fato desperta nos intelectuais e nos artistas a necessidade de se formar uma identidade nacional, votada, principalmente, paras suas raízes históricas, linguísticas e culturais. Busca-se valorizar a natureza exuberante e exótica, retorno às bases da história de formação do território, a partir dos primórdios da colonização com a presença dos povos indígenas e portugueses, bem como a presença da cultura desses dois povos e a identidade linguística de cada um desses povos.

Realismo – foi um estilo oposto ao Romantismo, seus autores escreviam sobre a realidade de forma nua e crua, foi um abandono das realidades do modo de vida burguês para a realidade da população anônima, marginalizada da sociedade do séc. XIX.

No Brasil, o início do Realismo ocorre em duas direções. A primeira é relacionada aos problemas sociais, ambiente urbano e elementos do cotidiano. Já a segunda, aconteceu no flerte do realismo com o Naturalismo. Assumindo uma posição ideológica regionalista, na qual se elevou a cor local, a vida difícil no ambiente rural brasileiro e o determinismo, negando a existência do livre-arbítrio.

As características dos romances realistas da primeira fase, influenciada pelo romantismo, são: vocabulário claro e simples, tonalidade natural à prosa, estudo da psicologia dos personagens e narrativa linear e imaginativa. Na segunda fase, simbolizada por Machado de Assis, o estilo fica maleável, rompe-se com a linearidade, acrescenta-se o humor ligado ao pessimismo e ao desencanto.

Naturalismo – Os naturalistas começaram a analisar o comportamento humano e social, apontando saídas e soluções.

Aqui no Brasil, os escritores naturalistas ocuparam-se, principalmente, com os temas mais obscuros da alma humana (patológicos) e, por causa disso, outros fatos importantes da nossa história como a Abolição da Escravatura e a República foram deixados de lado.

A principal característica do Naturalismo é o cientificismo exagerado que transformou o homem e a sociedade em objetos de experiências.

Preferência por temas como miséria, adultério, crimes, problemas sociais, taras sexuais e etc. A exploração de temas patológicos traduz a vontade de analisar todas as podridões sociais e humanas sem se preocupar com a reação do público.

Ao analisar os problemas sociais, o naturalista mostra uma vontade de reformar a sociedade, ou seja, denunciar estes problemas, era uma forma de tentar reformar a sociedade.

Os Principais Autores são: Aluísio Azevedo, Inglês de Souza e Adolfo Caminha.

Parnasianismo – Os poetas Teófilo Dias, Alberto de Oliveira, Olavo Bilac e Raimundo Correia auxiliaram a implantação do Parnasianismo no Brasil.

A estética parnasiana, originada na França, valorizava a perfeição formal, o rigor das regras clássicas na criação dos poemas, a preferência pelas formas fixas (sonetos), a apreciação da rima e métrica, a descrição minuciosa, a sensualidade, a mitologia greco-romana. Além disso, a doutrina da “arte pela arte” esteve presente nos poemas parnasianos: alienação e descompromisso quanto à realidade.

Contudo, os parnasianos brasileiros não seguiram todos os acordos propostos pelos franceses.

Outra característica que o Parnasianismo brasileiro não seguiu à risca foi a visão mais carnal do amor em relação à espiritual. Olavo Bilac, principalmente, enfatizou o amor sensual, entretanto, sem vulgarizá-lo. No Brasil, os principais autores parnasianos são: Olavo Bilac e Raimundo Correia. O poema “Profissão de fé” de Olavo Bilac é uma representação da estética parnasiana no Brasil.

Parnasianismo no Brasil teve como marco inicial a publicação da obra “Fanfarras“, de Teófilo Dias, em 1882. Os mais importantes escritores brasileiros do período formavam a chamada “Tríade Parnasiana” composta por Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia.

Os escritores parnasianos buscavam o sentido para a existência humana por meio da perfeição estética. Por isso, a preocupação residia na “Arte pela Arte”, ou seja, a forma como caraterística principal da poesia.

Simbolismo – no Brasil foi representado, principalmente, por Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens. A temática simbolista apoia-se na subjetividade.

Ao contrário do que aconteceu na Europa, onde o Simbolismo contou com maior destaque em relação ao Parnasianismo, no Brasil o movimento ficou à sombra da poesia parnasiana, que ganhou a simpatia das camadas mais cultas do país, sobretudo em virtude do preciosismo da métrica e linguagem. Embora não contasse com o mesmo prestígio, a poesia simbolista brasileira deixou uma contribuição significativa, prenunciando os movimentos literários do século XX. Seus principais representantes foram Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens.

No Brasil, as inovações estiveram relacionadas com o plano temático e com o plano formal, com uma poesia permeada pelo subjetivismo, representado pelos sofrimentos universais, o amor, a morte e a religiosidade. Todos esses assuntos foram expostos através de um cuidadoso trabalho com a linguagem, privilegiando o uso de figuras de linguagem, sobretudo da sinestesia, além de versos com elaboradas construções sonoras, tendo por finalidade conferir musicalidade e ritmo às palavras.

Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens foram os responsáveis por incorporar a estética simbolista na Literatura brasileira. Embora o Realismo tenha supostamente chegado ao fim — de acordo com a divisão arbitrária proposta pelas Escolas Literárias — no ano em que os livros Missal e Bróqueis, ambos de Cruz e Sousa, foram publicados (era o ano de 1893), podemos dizer que o Simbolismo conviveu paralelamente ao Realismo, mesmo porque obras importantes de Machado de Assis, como Dom Casmurro Esaú e Jacó, foram publicadas já nos primeiros anos do século 20.

Pré Modernismo – pré-modernismo deve ser situado nas duas décadas iniciais deste século, até 1922, quando foi realizada a Semana da Arte Moderna. Serviu de ponte para unir os conceitos prevalecentes do Parnasianismo, Simbolismo, Realismo e Naturalismo.

O pré-modernismo não foi uma ação organizada nem um movimento e por isso deve ser encarado como fase.

Essa foi uma fase de uma grande transição que nos deixou grandes joias como Canaã de Graça Aranha; Os Sertões de Euclides da Cunha; e Urupês de Monteiro Lobato.

O que se convencionou em chamar de Pré-Modernismo, no Brasil, não constitui uma escola literária, ou seja, não temos um grupo de autores afinados em torno de um mesmo ideário, seguindo determinadas características. Na realidade, Pré-Modernismo é um termo genérico que designa toda uma vasta produção literária que caracterizaria os primeiros vinte anos deste século. Aí vamos encontrar as mais variadas tendências e estilos literários, desde os poetas parnasianos e simbolistas, que continuavam a produzir, até os escritores que começavam a desenvolver um novo regionalismo, outros preocupados com uma literatura política e outros, ainda, com propostas realmente inovadoras.

Por apresentarem uma obra significativa para uma nova interpretação de realidade brasileira, bem como pelo valor estilístico, limitaremos o Pré-Modernismo ao estudo de Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Augusto dos Anjos. Assim, abordaremos o período que se inicia em 1902 com a publicação de dois importantes livros – Os sertões, de Euclides da Cunha e Canaã, de Graça Aranha – e se estende até o ano de 1922, com a realização da Semana da Arte Moderna.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Abaporu

Modernismo – tinha como principal objetivo romper com a estética tradicionalista, libertando-se dos paradigmas, formalismos e regras que até então imperavam.

No Brasil, o Modernismo preconizava a independência cultural do país, sendo valorizada a cultura cotidiana brasileira, em específico, a linguagem popular. As obras modernistas são de suma importância e extremamente enriquecedoras da literatura brasileira.

Impossível falar sobre o Modernismo brasileiro sem citar a Semana de Arte Moderna de 1922, evento realizado em São Paulo que representou um divisor de águas em nossa cultura. Embora não tenha sido o começo do movimento, haja vista que o processo de transformação de nossa arte iniciara no início do século XX influenciado pelas vanguardas europeias, a Semana, que aconteceu entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922, aproximou e apresentou os principais nomes do movimento e chamou a atenção dos meios artísticos de todo país para o debate em torno das novas questões estéticas propostas por seus representantes. Entre seus principais organizadores, Guilherme de Almeida, Paulo Prado, Godofredo Silva Telles, Mário e Oswald de Andrade; esses dois últimos formaram, com o principal poeta modernista, Manuel Bandeira, aquela que ficou imortalizada como a tríade modernista, responsável por definir os novos parâmetros das letras brasileiras.

Três momentos distintos, chamados de fases ou gerações:

 Primeira Fase (1922 a 1930) 

Durante a primeira fase o movimento buscou concretizar-se no Brasil. Foi um período de grande produção de arte moderna e de materiais que divulgavam esta arte (orgia intelectual). Em meio a essa “orgia”, quatro correntes de pensamento ganharam força e foram ganhando teor ideológico ao longo da década de 20. São elas: Pau Brasil, Verde Amarelismo, Escola da Anta e Antropofagia.

Segunda Fase (1930 a 1945)

Também chamada de Fase Heroica e geração de 30, foi a mais radical no rompimento com os paradigmas tradicionais. Houve a redescoberta e valorização do cotidiano brasileiro, com grande destaque da linguagem coloquial e espontânea, com suas gírias, erros e capacidade expressiva (humor, ironia e sarcasmo).

Terceira Fase (1945 a 1960)

É marcada pela ruptura com a 1ª e a 2ª fases modernistas, experimentação estética e a busca por uma nova expressão literária foram as principais características da terceira geração modernista.

Grandes escritores, preocupados principalmente com a pesquisa em torno da própria linguagem, surgiram, afinal o contexto político, relativamente tranquilo em relação às gerações anteriores, fomentou o trabalho estético e linguístico, puderam explorar com maior afinco a forma literária, tanto na prosa quanto na poesia.

Pós Modernismo – É o nome dado às mudanças ocorridas nas ciências, nas artes, nas sociedades desde 1950. Mas, existe o medo, o medo de mudança, o medo do novo e a perda do conservadorismo.

O pós-modernismo invadiu o cotidiano com a tecnologia eletrônica em massa e individual, onde a saturação de informações, diversões e serviços, causam um “rebu” pós-moderno, com a tecnologia programando cada vez mais o dia-a-dia dos indivíduos.

A sociedade se torna emergente ou decadente, pois são baseadas nas sociedades pós-industriais na informação que tem como referência o Japão, os EUA e os centros europeus.

A essência da pós-modernidade vem através das cópias e imagens de objetos reais, a reprodução técnica do real, significa apagar a diferença entre real e o imaginário, ser e aparência, ou seja, um real mais real e mais interessante que a própria realidade.

No ambiente pós-moderno à informação e à comunicação, é o que representa a realidade para o homem, que vieram ampliar e acelerar a circulação das mensagens através dos livros, jornais, cinema, rádio, TV.

Através destas mensagens, o homem procura sua imagem “comprando” discursos, para lhe proporcionar Status, bom gosto, na moda, na aparência, no narcisismo levando muitas vezes a extravagâncias, ou então imitando modelos exóticos.

Agora você já tem uma boa visão das Escolas Literárias, e fica mais fácil entender como foram essas transições, certo!?

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Comentários
  • Guiomar Pires 29 fev 2020

    Orientações muito enriquecedoras.

  • Maxi Educa 29 fev 2020

    Olá Guiomar, tudo bem? Que bom que gostou do nosso blog! Aproveite e navegue por nosso site (www.maxieduca.com.br), garanto que você também vai gostar. Um grande abraço e muito obrigado por seu comentário! Aproveite para nos acompanhar nas redes sociais: Facebook: https://goo.gl/fgnB61 Instagram: https://goo.gl/xe1LmU YouTube: https://goo.gl/REyOiW

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