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Não perca a chance de aprender sobre o fracasso escolar nos dias de hoje

Enfrentar o fracasso escolar é um desafio não só da escola em si, mas de toda a sociedade brasileira, pois o futuro do país quanto ao desenvolvimento econômico, social e cultural poderá ser comprometido diante de índices ainda tão elevados de evasão e repetência nas escolas, ou aprovação sem assimilação do conhecimento.
Por Renan Costa da Silva 22 mar 2018 - 7 min de leitura

 Nas últimas décadas do século XX, devido a reivindicação e conquistas dos trabalhadores adquiridas em lei pela constituição Federal de 1988, foi então que no Brasil o fracasso escolar surgiu, pois, a garantia por lei não traz a significância de acesso real e adequado a todos, garantindo uma educação, sucesso e permanência nas escolas públicas brasileiras.

Foi então que começamos a ter que lidar com a evasão escolar  e repetência de nossos alunos, nos levando a buscar meios para lidar com esse grande desafio que só se amplifica em nossos dias.

Enfrentar o fracasso escolar é um desafio não só da escola em si, mas de toda a sociedade brasileira, pois o futuro do país quanto ao desenvolvimento econômico, social e cultural poderá ser comprometido diante de índices ainda tão elevados de evasão e repetência nas escolas, ou aprovação sem assimilação do conhecimento.

Enfrentar o fracasso escolar é um desafio não só da escola em si, mas de toda a sociedade brasileira, pois o futuro do país quanto ao desenvolvimento econômico, social e cultural poderá ser comprometido diante de índices ainda tão elevados de evasão e repetência nas escolas, ou aprovação sem assimilação do conhecimento.

Fonte: https://educandonovasgeracoes.wordpress.com

Buscando compreensões e significados para o fracasso escolar

Experiências de sucesso e fracasso são comuns a todos os seres humanos, independentemente da cor, raça, credo, gênero, etc. A palavra fracasso ganha um viés conotativo e soa como algo desagradável. Ao juntar-se ao termo “escolar” sua sonoridade nos desloca para uma realidade a qual conhecemos, particularmente, muito bem, por estarmos mergulhados neste contexto: a escola. A grande parte dos educandos percorre um longo caminho: 200 dias letivos e 800 horas em cada série/ano a fim de garantir o sucesso em todas as disciplinas do currículo escolar e garantir a aprovação. Nem sempre esse sucesso é alcançado. Algumas vezes são interrompidos no meio do caminho.

Se recorrermos a nossa memória, certamente nos lembraremos de muitas experiências de fracasso, inclusive aquelas vividas no seio da escola e que para muitos são as que deixaram marcas um tanto mais profundo. Ao procurarmos nos dicionários de língua portuguesa uma definição para o termo fracasso, encontramos alguns sinônimos, tais como: falta de êxito; insucesso; derrota. Na mesma ótica que chegamos ao sucesso, podemos fracassar ou ter insucesso e provarmos a derrota. As incursões e escolhas feitas durante o processo interferem (in) diretamente para tal. A escola propõe-se a produzir o sucesso através do ensino e aprendizagem, todavia, o que se evidencia nas últimas décadas é um declínio do seu papel “formador” em meio a uma crise política e existencial que produz o fracasso. O termo fracasso escolar parece resumir toda a insatisfação e insucesso decorrente de posturas docentes e discentes vivenciadas no dia a dia da sala de aula.

Para Marchesi, na obra “Fracasso Escolar: uma perspectiva multicultural” estabelece três ideias que, segundo ele, norteiam questões sobre o fracasso escolar:

1 – Atribuição ao aluno “fracassado”, que não progrediu praticamente nada durante seus anos escolares, nem no âmbito de seus conhecimentos, nem do seu desenvolvimento pessoal e social.

2 – Qualificação do termo que produz uma imagem negativa do aluno, afetando sua autoestima e sua confiança.

3 – Centralização no aluno o problema do fracasso e distancia a responsabilidade de outros agentes e instituições, como as condições sociais, a família, o sistema educacional ou a própria escola.

Sendo assim é importante que entendamos enquanto docentes que na medida que o aluno ‘fracassa’ em suas reprovações por falta de conteúdos e nenhuma ação é praticada, seu projeto pedagógico e currículo revisto nada será transmitido àquele aluno em sala de aula, onde ambos não se readaptaram para lidar melhor com essa dificuldade de aprendizagem e conhecimento, levando a condenar esse discente como sendo fracassado e sem chances de aprender dignamente.

No livro “Pedagogia das diferenças na sala de aula, por Marli André”, ela aborda a importância de entendermos e compreendermos as desigualdades no desempenho escolar, onde, fatores como o nível socioeconômico não justificam o insucesso escolar, e afirma que, o modo de vida de uma família, seus valores, suas crenças e opções têm mais peso sobre o desempenho escolar do que simplesmente o seu nível socioeconômico. A mesma autora suscita a possibilidade tanto do bom ou mau desempenho escolar estar atrelado a questões biológicas do indivíduo, ao seu patrimônio genético, a ideologia do dom, que segundo ela, ainda está muito presente, no meio escolar, embora estudos tenham apontado que o ambiente e o meio cultural exercem um papel no desempenho do aluno.

As questões que envolvem a avaliação, também são aspectos cruciais quando tratamos de fracasso escolar, afinal, a nota parece referendar o coeficiente intelectual do que fora aprendido, ou não, durante o processo e o aluno parece ser o alvo de um sistema que insiste em promover o fracasso, o rechaço do sujeito, minimizando-o a mediocridade.

Fonte: https://ipghoster.files.wordpress.com/2012/06/online-privacy1.jpg

 Enfrentando o fracasso escolar

Para finalizar Solange Aparecida Bianchini Forgiarini e João Carlos da Silva nos ajudam apontando algumas condições mínimas para enfrentar essa problemática numa perspectiva de superação. São elas:

– Romper, a nível institucional e familiar, com os mitos difundidos na sociedade para explicar o fracasso escolar, como a tendência de culpabilização de quem sofre esse fracasso e a imagem de aluno ideal. Tal posição só é possível mediante aprofundamento teórico e, por consequência, a tomada posição em favor de uma sociedade mais justa, na qual o homem seja considerado ser social-humano e não apenas mão-de-obra e mercadoria necessária aos interesses do capital;

– Repensar a prática pedagógica, objetivando a efetiva aprendizagem de todos. Para isso precisamos de uma escola diferente desta, no sentido de não se preocupar apenas com notas, mas com a aprendizagem, com a construção do conhecimento, uma escola que tenha concepção político-pedagógica; que seja autônoma, responsável, com clareza política do que tem que fazer e competência técnica para fazê-lo;

– Fortalecimento da gestão escolar, numa perspectiva de gestão democrática e simultaneamente dos órgãos colegiados que dela fazem parte: Conselho Escolar, Grêmio Estudantil, Conselho de Classe e Clube de Mães, para que esses órgãos exerçam, efetivamente, a função que lhes compete: reivindicar, junto a órgãos competentes, e até mesmo mobilizar toda a comunidade local no sentido da melhoria das condições de trabalho nas escolas. Entendendo essas condições não apenas como a redução do número de alunos por sala, mas também de melhorias no espaço físico, capacitação constante de professores e políticas educacionais comprometidas com uma educação de qualidade para todos;

– Precisamos de professores que definam, enquanto grupo, um posicionamento político-pedagógico. Entendam que consciente ou inconscientemente suas ações são políticas, carregadas de intencionalidades. Se for de forma inconsciente, colaborará para a manutenção da situação com está e, se for consciente, tem grandes chances de articular ações rumo ao enfrentamento dos problemas com os quais se deparam no espaço escolar. Para isso, é indispensável que os professores tenham sua formação centrada na pesquisa.

E então? Gostou do nosso post de hoje? Gostaria de acrescentar alguma vivência? Tem algum palpite sobre como acontecerão da melhor forma esse processo de adaptação das escolas?

Compartilhe essa ideia e passe em diante essas importantes informações, pois a leitura é essencial para o aprendizado.

Deixe aqui seu comentário e mais sugestões que teremos grande prazer em lhe atender.

 Referências bibliográficas

 ANDRÉ, Marli (org.). Pedagogia das diferenças na sala de aula. Campinas: Papirus, 1999
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/369-4.pdf
http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/945/527
https://novaescola.org.br/conteudo/562/a-avaliacao-e-o-fracasso-escolar
MARCHESI, Álvaro; GIL, Carlos Hernández & Colaboradores. Fracasso Escolar: uma perspectiva multicultural. Porto Alegre: Artmed, 2004, p 17-33.
Texto adaptado de MADALÓZ, R. J.; SCALABRIN, I. S.; JAPPE, M. O Fracasso Escolar Sob O Olhar Docente: Alguns Apontamentos.

 

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