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O Serviço Público no Brasil e seus Mitos

Por Matheus De Marchi 18 mar 2020 - 6 min de leitura

O Serviço Público no Brasil é alvo de amores e dores (as vezes, literalmente).

Nossos servidores públicos são preguiçosos que enriquecem enquanto tiram 4 férias por ano às custas dos impostos da população, e, no entanto também são pobres trabalhadores explorados por um governo inescrupuloso que não sai de cima do muro sobre seu papel liberal/centralizador.

A verdade é que essas duas versões da história são contadas em um momento ou em outro e dependendo da sua proximidade com quem fala, você acredita em uma delas. Mas afinal, o que é e o que não é verdade sobre o serviço público no Brasil?

Fique conosco até o final e desmistifique alguns mitos sobre esse tema, pois se você está aqui, é bem possível que você tenha planos de se tornar um servidor!

O Serviço Público é onde você vai enriquecer!

Pode ser que sim! Por que não?

Porém, como quase tudo o que vamos mostrar aqui, depende!

Em primeiro lugar vamos filosofar: o quanto é ser rico? Se você considerar a média salarial do servidor público brasileiro (R$ 3.693), eu acho que podemos cravar que ele pode viver bem, afinal vivemos no Brasil e não somos políticos, mas não podemos cravar que ele é rico.

Mas isso aí é uma média! – Você me diz!

Exatamente! – Eu te respondo.

Infelizmente essa é uma péssima média e vou explicar o porquê! Esse valor é puxado para cima pelos salários mais altos de poucos cargos (aqueles de partem de 20 mil inicialmente em média). A grande maioria (maioria mesmo) dos salários de servidores públicos é nivelada por baixo. O piso salarial de um professor no RS é de R$ 1.298 (nível superior e 40 horas e abaixo da renda per capita do país, R$ 1.373), por exemplo.

E estamos falando apenas das diferenças entre salários de servidores públicos. Se considerarmos outros ramos (onde tem dinheiro de verdade) a diferença é maior. Logo, se você tem planos de enriquecer sendo servidor público, estude para os cargos de auditor da Receita, Advogado da União, (…).

Ou sei lá, vire político, os salários são menores – não estou falando dos benefícios – mas eles devem ter um curso de economia e investimentos muito bom, pois sempre enriquecem.

Servidor Público não trabalha!

Óia bixo(a)… Até arrepia de ouvir isso.

Porém as reclamações não surgiram do nada. Eu mesmo já me irritei em filas de atendimento de X lugares. Esperar e não ter o problema solucionado parecem ser a fórmula certa para espalharmos a raiva! Pois bem…

Vamos entender o seguinte: parte desse mito remete às décadas passadas quando o serviço público era realmente terra sem lei. Não havia uma estrutura legal, treinamento apropriado, os salários eram defasados (alguns ainda são), faltava pessoal (ainda falta) e muitas das pessoas que ocupavam esses cargos não tinham condição mesmo! Mas as coisas mudam…

Você, concurseiro, sabe muito bem que a concorrência para cargos públicos é enorme e o resultado disso é simples: maior concorrência seleciona as pessoas mais qualificadas. Hoje N instituições do governo oferecem treinamento adequado e até maiores bônus salariais caso as metas sejam batidas. Sistemas estão sendo modernizados além de que há uma tentativa de diminuir a burocracia (herdada dessas décadas citadas acima).

O maior problema hoje é o déficit de pessoal. Mas esse é um problema que não é exclusivo do setor público. Quem nunca enfrentou filas e demora em atendimento de bancos ou lojas ou serviços? Pois é… A demanda é grande em qualquer lugar!

Se você pensa que conquistar o seu cargo público vai lhe dar uma “folga” no trabalho, pense bem…!

O Serviço Público garante Estabilidade!

Garante! Mas não como vocês pensam…

Já falamos aqui no blog sobre o PLS116/17. É um Projeto de Lei que trará algumas modificações a respeito da estabilidade do servidor público. Leia porque eu não vou explicar de novo.

O resumo é: servidores públicos serão avaliados mesmo após sua efetivação (não se esqueça do período de três anos em teste). Hoje, através de processos administrativos, ou sentenças judiciais (só exemplos) o servidor pode perder seu cargo. Não é algo simples, há um processo em torno disso, mas ao contrário do que dizem, o cargo só é para sempre se trabalhar direitinho.

O PLS estabelece avaliações periódicas em que, se o servidor não for bem, rodou! Isso implica alguns debates, porque o Brasil é o Brasil né?

Ao contrário do que algumas pessoas pensam, a estabilidade do servidor é um direito importantíssimo! Ele não existe para garantir a mamata dos servidores, ele existe para garantir que eles executem seu trabalho sem receio de retaliação.

Governos mudam e com isso pessoas e pensamentos também. É a estabilidade que garante que um auditor fiscalize as contas de X governo ou que um delegado federal investigue Y senador (por exemplo). Alguém acredita mesmo que caso essa estabilidade não existisse, alguém da parte de cima seria confrontado? Os servidores precisam de segurança para desempenhar seus papéis em qualquer estância.

Se você busca o serviço público pela estabilidade, não se iluda, você precisará fazer por mantê-la!

O Serviço Público já tem gente demais…

… e onera os cofres do governo!

Há! Eu adoro essa!

Amigo(a), se os cofres do governo não estão saudáveis, é por incompetência do governo, desvios, privilégios e excesso de gastos com aqueles %¨$#&! que ocupam um lugarzinho por 04 anos (prorrogável). Esses caras não são os servidores públicos de verdade, que nós estamos focando.

Assim, estamos falando dos concursados, que estudaram e se prepararam para isso. O tipo de servidor que se veste, mora e se locomove usando o salário e não os mais.

– Passou o momento empolgação…

Anyway, sobre os dados de fato, se formos considerar que o número de servidores deve corresponder a quantidade e qualidade de serviços exigidos pela população, o Brasil está devendo! Sim. Temos déficit de servidores e talvez isso seja uma das explicações para as demoras da vida.

Segundo esse estudo, os servidores do Brasil que atuam diretamente com os serviços para a população correspondem apenas a 12% da engrenagem pública. Países desenvolvidos membros da OCDE – que o Brasil tanto quer fazer parte – tem uma média de 22%.

Não é o número excessivo de servidores que oneram os cofres públicos, mesmo porque não há um número excessivo.

Portanto, se você considera ingressar no mundo público, se acostume com duas coisas: em primeiro lugar, não propague essas falas absurdas sobre o serviço público. Em segundo lugar, defenda essa classe, já não basta as pancadas que vêm de cima, os servidores públicos não precisam velhos estereótipos sejam levados adiante.

Vocês conhecem outros mitos sobre o funcionalismo público?

Conta pra gente! E vamos polemizar!

Ótima leitura e bons estudos!

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