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Você acha que tecnologia e mídias digitais fazem parte do contexto educacional?

Por Matheus De Marchi 28 nov 2021 - 7 min de leitura

Spoiler: a resposta é sim! Quando falamos em tecnologia e mídias digitais, nosso primeiro pensamento corre em direção ao lazer, entretenimento, ou facilidades no dia a dia.

Agora, sejam bons atores e finjam que não sabem o que direi a seguir.

Esse tipo de “facilidade” não está presente nas nossas vidas apenas quando escolhemos uma playlist e a ouvimos instantaneamente no nosso serviço de música, maratonamos uma série, pedimos para o GPS nos conduzir ao nosso destino ou dedicamos horas da nossa vida jogando em nossos smartphones.

Essa mão na roda tecnológica está (ou deveria estar) presente no ambiente educacional e ela não apenas auxilia em apresentações bonitas para os alunos dormirem na sala de aula, como também faz uma ponte na comunicação entre todos os envolvidos.

Vamos ver a seguir sobre o que estamos falando!

Tecnologia e Mídias digitais facilitam a comunicação?

Muito! Mas veja bem, não estamos falando apenas da facilidade de enviar uma mensagem de áudio por WhatsApp, fazer o pedido do almoço por aplicativo ou iniciar uma vídeo-chamada em tempos de isolamento social.

Lembrando que estamos tendo como norte o ambiente escolar, aqui nós temos uma comunicação muito mais difícil do que parece: a comunicação entre alunos e professores.

Não importa que todos falem português, algumas vezes parece impossível que um lado ou outro se faça entender nessa relação. É nesse momento que a tecnologia pode mostrar alguns benefícios além dos matchs do Tinder.

Um bom exemplo se passa no seguinte cenário: sabemos que crianças hoje em dia são bombardeadas por tevês, computadores e celulares desde o momento em que tem coordenação motora para segurar um smartphone. Um ser que cresceu nesse ambiente de sons, cores e telas ultrafinas, definitivamente não manterá seu foco durante a aula de Geografia, em que o “psor” tem a pachorra e mostrar aos alunos um mapa (sim, um mapa! De papel! Aquela tecnologia que existe a mais de 2.500 anos!), para X aula ou tema.

A solução é queimar os mapas ou pular aquela aula?

Poderia ser, mas como a ideia aqui é que você não perca seu emprego. Uma sugestão “tecnológica” seria o uso, junto dos “ofensivos mapas de papel”, da ferramenta Google Earth (por exemplo).

Mostrar a mesma informação, fazendo um paralelo entre um mapa comum e sua visão em 3D é algo que provavelmente lhe dará mais atenção por mais tempo. Carregar a aula nesse sentido, mostrando que ambas ferramentas são úteis e exibem informações, pode até despertar a curiosidade que o “tradicional” parece não mais deslumbrar.

Outros exemplos são usar o jogo Cidade Verde para Educação Ambiental ou O Mito da Caverna para Filosofia. Felizmente as opções são enormes hoje em dia.

Essa comunicação é bem aceita pelos estudantes?

No final, tudo gira em torno disso. Absolutamente qualquer assunto escolar parece ser menos interessante do que uma partida ranqueada de Free Fire. Se o smartphone pode ser uma ferramenta útil no processo de aprendizagem, ele também pode ser um grande distrator.

Em um mundo ideal, aquele contrato invisível entre professores e alunos em que um se compromete a ensinar e o outro a aprender, seria o bastante para que as “coisas funcionassem”. No mundo em que vivemos, o melhor que podemos fazer é oferecer alternativas e tentar novos métodos procurando pelo que melhor vai se encaixar naquele momento.

Você pode criar atividades em blogs, sugerir jogos educacionais, exibir animações, plantar bananeira ou criar asas e voar sobre os alunos durante a aula. Tudo isso são apenas variações que podem ou não dar bons frutos. O que podemos dizer com certeza é que essas alternativas sempre acabam criando um resultado diferente, mesmo que momentaneamente.

Usar tecnologias e mídias digitais visando o ensino oferece aos discentes um número muito maior de possibilidades em que eles podem se ver incluídos, ou pelos menos, interessados:

– ampliação do espaço da sala de aula, já que, literalmente, ela rompe a barreira física das paredes: blogs, sites ou redes sociais geridos por professores e alunos em conjunto podem ser um exemplo aqui.

– criação de conteúdo colaborativo: vídeos gravados nos próprios celulares sobre X temas oferece engajamento e interação entre alunos e alunos e alunos e professores.

– uso de ferramentas digitais: troque o cartaz feito em cartolina por fotos ou apresentações em aplicativos específicos.

– ensinar dentro de ensinar: existe um ensino por traz do ensino. Ao provocar os alunos ao usar ferramentas para aprender ou apresentar tópicos do conteúdo regular das escolas, invariavelmente eles estarão aprendendo a usar a linguagem digital, presente e necessária no dia a dia de todas as pessoas. Uma coisa gritante ao utilizar essas ferramentas é que, apesar de os alunos crescerem diante de uma tela, eles não sabem usar nada que fuja do universo YouTube/jogos.

As aplicações são inúmeras! E também não podemos ignorar uma coisa, estamos falando aqui de cenários palpáveis. No Brasil, sabemos que existe o problema estrutural, onde em muitos lugares nada do que falamos funciona, pois não existe nem acesso à energia elétrica.

Infelizmente, esse conteúdo serve para quem tem acesso a essas ferramentas, quem vai prestar concurso e estuda sobre o tema ou quem trabalha em sala de aula e tem curiosidade sobre o tema.

E quanto aos professores?

https://giphy.com/gifs/funny-teacher-MUNlUFEBmN2OA

Esse buraco é muito mais fundo.

Sabemos que os professores encontram problemas estruturais nas escolas, sabemos que muitos não têm condições de ter um smartphone capaz de executar X funções ou até que o acesso a computadores é limitado ou não existe. Isso um absurdo! E todo mundo sabe de quem é a culpa.

Mas, considerando aquele cenário ideal que falamos acima, em que esses problemas não existem ou são mínimos, os professores enfrentam principalmente dois obstáculos diante da tecnologia e das mídias sociais.

O primeiro, e infelizmente um que não encontramos apenas na sala de aula, é a propagação das Fake News. Seja pelo próprio consumo, ou seja, por que escutam em casa, é muito comum encontrarmos em sala de aula, alunos com predefinições sobre X temas ou entendimentos equivocados sobre X assuntos porque leram/ouviram sobre aquilo em um volume assustador (e equivocado).

 Cabe aos professores, antes de tudo e dentro das suas possibilidades, educar e orientar no sentido de ensinar sobre a linguagem digital, os perigos que ela oferece e, tornar os alunos seletivos a respeito do que consomem.

Nessa inversão de prioridades que o país vive, o(a) youtuber parece sempre ter mais credibilidade do que o professor(a). Um vídeo de 1 minuto pode fazer um estrago de bimestres a fio dentro de uma sala de aula. E isso não é exagero.

Então é isso mesmo. Aquela tia do grupo do zap já é um caso perdido, mas ainda podemos salvar nossos jovens! Força guerreiros!

O segundo problema enfrentado pelos professores gira em torno do tempo (literal e financeiro).

Ninguém vive só de boa vontade!

Se superado o problema estrutural, em que o professor tem acesso a equipamentos/ferramentas tecnológicas que não estejam rodando o Windows 95, ainda pode existir o problema “dinheiros”.

Embora exista muita mudança positiva na maneira de dar aulas, também existe boa parte de educadores que regem suas aulas da mesma maneira que as viram, décadas atrás. Isso, óbvio, não é culpa deles, sua formação foi essa e não existia a preocupação pela mudança, porque assim funcionava.

Agora, não adianta saber sobre ferramentas modernas se não há o conhecimento de como usá-las. Capacitar profissionais da educação para utilizar tecnologias que sejam úteis no ensino, demanda tempo (que não é oferecido) e dinheiro (que não chega no bolso).

Após um dia todo dentro da escola, gastar mais do seu tempo que poderia estar disponível para a família (por exemplo) em mais conteúdo para se manter na escola no dia seguinte, provoca uma dor quase física.

A ausência de um espaço e de tempo dentro do ambiente escolar para esse tipo de atividade/aprendizado é quase uma provocação diante da acusação de que os professores são acomodados.

Afirmar que a tecnologia está aí para ajudar é uma coisa muito diferente de oferecer uma tecnologia acessível, treinamento apropriado e possibilidades de evolução pessoal no contexto educacional.

Mas sobre isso aí, já seria um blog para “homenagear” quem está lá em cima!

E vocês? Pensam que as Tecnologias e Mídias Sociais são aliadas ou atrapalham o processo de aprendizagem?

Fala pra gente!

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